A ansiedade é um processo natural de todo ser humano. Ela começa a atrapalhar quando fica “desregulada”, sendo acionada a qualquer momento. Chamamos isso de “ansiedade patológica”. Quando pequenas situações vão acionando a ansiedade e deixando ela crônica, causando crises ao longo da vida, aí sim nós temos um problema. A questão da cura é sobre esse processo de desregulação, não sobre a ansiedade em si.

Sim, com certeza. As crises são uma manifestação de que alguma coisa não vai bem nos seus aspectos emocionais, é o principal sinal da desregulação do processo de ansiedade. Quando conseguimos entender a origem disso e trabalhar com esses sofrimentos, as crises vão diminuindo aos poucos.

A terapia de casal oferece um espaço seguro para explorar dinâmicas conscientes e inconscientes do relacionamento. O foco está em identificar padrões de conflitos que foram desenvolvidos ao longo dos anos, promovendo comunicação autêntica e transformações profundas na relação. O espaço terapêutico nesse caso funciona como uma forma do casal entrar em contato novamente um com o outro, vencendo brigas e discussões repetitivas e olhando para as verdadeiras necessidades de cada um.

Vários fatores vão se combinando para causar os sofrimentos emocionais das pessoas, incluindo questões de saúde biológica mesmo (sedentarismo, má alimentação, excesso no consumo de substâncias estimulantes, etc.) Pensando nos fatores emocionais, as principais questões que percebo na minha clínica, são: sentimentos confusos e angustiantes com relação à medos; autocobrança excessiva; sentimentos de insegurança/baixa auto estima; e insegurança com relação à situações da vida. Uma ou mais dessas “raízes” podem estar presentes em cada caso e são tratadas ao longo do processo.

Os psicólogos são proibidos de fazer esse tipo de previsão, pelo código de ética da profissão. Isso porque cada situação é particular e específica, envolvendo vários fatores (condição de vida, saúde física, estado emocional, histórico do caso, etc…), e cada paciente responde de uma maneira ao tratamento. Em geral, considero que o tratamento está indo bem quando conseguimos estabelecer um espaço de acolhimento e confiança em poucas sessões, aí podemos esperar uma melhora nos sintomas no decorrer do tempo.